A Bahia registrou, no primeiro trimestre do ano, uma queda de 83,7% no número de notificações de casos de dengue. No mesmo período, houve uma redução superior a 600% no número de óbitos decorrentes da doença. Segundo levantamento da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Divep), da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), nos meses de janeiro, fevereiro e março desse ano, foram notificados 12.250 casos de dengue clássico e confirmados 101 casos da forma grave da doença - dengue com complicações, febre hemorrágica da dengue e síndrome do choque da dengue -, com seis óbitos. No mesmo período do ano passado, houve 75.463 notificações de dengue clássico, 328 casos graves da doença e 38 óbitos.
A significativa redução no número de casos e óbitos provocados pela doença é resultado de uma série de ações desenvolvidas pela Sesab, grande parte em parceria com secretarias municipais de Saúde, organizações não governamentais (ONGs), sociedade civil organizada e órgãos públicos.
Em janeiro desse ano, o Governo da Bahia, por meio da Sesab, lançou uma campanha estadual de combate à dengue, um reforço à campanha nacional, lançada pelo Ministério da Saúde em dezembro de 2009. A campanha buscou alertar a população para a importância dos cuidados necessários para o combate ao mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti.
A Sesab continua promovendo ações intensivas para o controle da doença, principalmente nos municípios que apresentam os maiores índices de infestação. No ano passado, a Sesab apoiou e participou de faxinaços, realizados com a finalidade de impedir o avanço da doença, com a remoção de objetos que pudessem acumular água e se tornar um potencial criadouro do mosquito. O faxinaço foi realizado em diversos municípios considerados prioritários, entre eles, Jequié e Itabuna. Ações semelhantes também foram realizadas em vários bairros de Salvador, como Periperi, Fazenda Grande do Retiro, São Caetano, Alto do Peru, San Martin, Boca do Rio, Imbuí e parte do Bom Juá.
Fumacê
Ainda para contribuir com interrupção da transmissão da dengue, a Sesab está aplicando inseticida Ultra Baixo Volume (UBV), o chamado fumacê, em 27 municípios, obedecendo a critérios clínicos. A diretora da Divep, Alcina Andrade, lembra que todas as secretarias municipais de saúde devem garantir a regularidade das ações de controle ao vetor, a execução oportuna das ações de vigilância epidemiológica e a organização da rede assistencial, de forma que todo o sistema de saúde permaneça em alerta para a ocorrência de casos suspeitos, visando prevenir epidemias e garantir o manejo clínico imediato e adequado para evitar óbitos pela doença.
Outra importante iniciativa da Sesab foi a entrega, em diversos municípios, de 250 mil capas para reservatórios de água, importante ação do Programa Estadual de Controle da Dengue. As capas são feitas de material poroso, que não permite que a água fique acumulada nas tampas dos reservatórios, nem que os mosquitos possam colocar seus ovos nas caixas d'água. Caetité, Jacobina e Seabra foram alguns municípios beneficiados com a entrega das capas.
Sesab investe mais de R$ 1 milhão em kits para agentes de saúde
Agentes Comunitários de Saúde (ACS) de todos os municípios baianos e agentes de combate de endemias de municípios com menos de 20 mil habitantes receberam, da Sesab, kits de trabalho, com boné, três camisas e mochila. A Sesab investiu mais de R$ 1 milhão para a distribuição dos kits, que garantiram uma uniformidade dos agentes e o reconhecimento, por parte da população, como uma categoria de profissionais de saúde.
A superintendente de Vigilância e Proteção da Saúde (Suvisa) da Sesab, Lorene Pinto, lembra ainda o impacto do treinamento de profissionais de saúde - médicos e enfermeiros - para o manejo clínico da dengue, de acordo com o protocolo do Ministério da Saúde, para a redução dos casos graves e óbitos pela doença dengue.
Mesmo com a redução no número de casos, a superintendente da Suvisa revela que o alerta deve continuar, porque a dengue tem forma imprevisível. A participação da população é fundamental no processo de combate à doença, principalmente dentro de casa, com a eliminação de recipientes que podem acumular água parada, servindo de criadouro do mosquito transmissor da doença.
De acordo com Jesuína Castro, coordenadora do Comitê Estadual de Combate à Dengue, outras medidas de prevenção são manter as lixeiras tampadas e secas, não jogar lixo em terrenos baldios, cobrir bem os pneus ou guardá-los em locais fechados.
A coordenadora chama atenção também para a necessidade de se procurar um serviço de saúde, sempre que as pessoas apresentarem sintomas suspeitos da doença – febre alta, fraqueza, dores nos músculos e nas articulações, falta de apetite, dores de cabeça, náuseas, vômitos e, em alguns casos, manchas vermelhas na pele. “Aos primeiros sintomas da doença as pessoas devem procurar o atendimento médico, para confirmação do diagnóstico e a consequente notificação da doença à Sesab”, explicou Jesuína. Ela destacou que a dengue tem sintomas parecidos com outras doenças dessa época, como, resfriados, doenças agudas febris virais, doenças bacterianas como leptospirose e meningite e outras doenças virais como a febre-amarela.
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