Por Daniela Dias
O grupo de feridas do Hospital Geral de Vitória da Conquista (HGVC) é formado por uma equipe multiprofissional, composta por enfermeiros, técnicos de enfermagem e uma médica infectologista. Ele foi criado para se responsabilizar, não por todos, porque ainda não existem recursos humanos, nem materiais suficientes, mas pela maioria dos pacientes com feridas maiores e complexas. Tudo isso utilizando curativos especiais ou interativos, de alta tecnologia, que facilitam o processo de cicatrização das feridas proporcionando uma recuperação mais rápida do paciente.
Esses curativos ainda têm alto custo e não estão disponíveis para todos do hospital. No HGVC, os curativos especiais surgiram em 2007, a partir de um grupo de estudos que tinha o intuito de formar a equipe, estudar os produtos que precisavam ser trazidos, com o processo de licitação, os produtos foram sendo comprados aos poucos.
O Hospital de Base trata diversos tipos de feridas, entre elas estão as de exposição óssea, úlcera por pressão – quando o paciente fica deitado muito tempo na mesma posição, casos de enxertos, pés diabéticos, úlceras vasculares, feridas com infecções hospitalares, erisipelas e síndrome de Fournier, mas a campeã de ocorrência é a queimadura por álcool.
Parte da equipe do Grupo de Feridas: Clícia Vanda Reis, Erika Dias, Adriana Andrade e Valéria Pinheiro. Foto: Zé Silva
A equipe atual é formada pela enfermeira Adriana Andrade, a médica infectologista, Dra Mônica, juntamente com as técnicas de enfermagem, Clícia Vanda Reis, Erika Dias e Valéria Pinheiro. Quem também têm acesso a este serviço são as pessoas que têm alta do hospital, porém permanecem internadas no domicílio, ou seja, fazem parte do Internamento Domiciliar (ID). Os pacientes que têm alta normalmente, caso ainda tenha necessidade de curativos, devem procurar atendimento em outras unidades de saúde.
José Lucas Ribeiro Jr é um dos pacientes do Grupo. Foto: Zé Silva
José Lucas, hospitalizado há 32 dias após ficar preso nas ferragens de um caminhão, estava sendo liberado para voltar para sua casa em Minas Gerais, mas antes de se despedir, reconheceu, emocionado, a importância do tratamento que teve no hospital. “Se não fosse o grupo de feridas, eu não tinha me recuperado. Aqui fui muito bem cuidado, fui até mimado demais, só tenho a agradecer”, desabafa.
Como o Hospital de Base atende a um grande número de pessoas, a rotatividade de pacientes é muito grande, por isso, os leitos não podem ser ocupados apenas por conta de feridas. Enquanto o paciente estiver fazendo um tratamento mais prolongado, que dependa de antibióticos e acompanhamento médico, por exemplo, ele permanece internado.
Enfermeira Adriana Andrade, coordenadora do projeto. Foto: Zé Silva
Assim que sua infecção apresentar melhoras, recebe alta. Antes, existia o ambulatório, no qual aqueles que faziam parte do grupo de feridas e que precisavam continuar o tratamento permaneciam, e só saíam com o ferimento totalmente cicatrizado. Mas hoje este local não existe mais. “Na época, a justificativa que me deram foi que, como o paciente não estava mais internado, não tinha como justificar o uso desse material, que é de alto custo”, explica a enfermeira Adriana Andrade.
Atualmente o Grupo de Feridas, por conta da equipe reduzida, se responsabiliza por 10 a 12 pacientes. Adriana informa que quando ultrapassa essa quantidade, é feita uma avaliação da lesão e, caso necessário, o material é disponibilizado para que outros profissionais possam tratar o internado.
“É importante ressaltar que não é porque ele está utilizando um material especial, com um efeito muito bom, que a ferida vai cicatrizar só pelo tratamento. Os curativos não são milagrosos, o paciente precisa fazer a sua parte “, enfatiza a enfermeira. Fatores como alimentação, hidratação, mudança de posição, estado nutricional geral, patologias de base, dentre outros, podem impedir a recuperação total.
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