A doadora, uma garotinha do município de Tanque Novo, a 350 km de Vitória da Conquista, foi vítima de um atropelamento por motocicleta na última sexta-feira (27), e com o impacto sofreu Traumatismo Crânio Encefálico (TCE). A criança foi socorrida e lavada ao hospital da cidade, e em seguida transferida para o HGVC, onde veio a óbito devido à gravidade das lesões.
Os pais, Márcia Cardoso (34), contadora e o pai, Edmilson Moreira Neves (29) vigilante, cientes do diagnóstico de morte encefálica, optaram pela doação. "A decisão foi nossa. Nós tivemos vontade de doar os órgãos dela a partir do momento em que soubemos do diagnóstico. Quando sentimos que não havia nada mais que fazer, e eu percebi que ela tinha todos os órgãos funcionando, coração batendo sem medicação, sem aparelhos e funcionando, conversei com meu esposo e, em comum acordo, resolvemos fazer a doação", narrou a mãe da criança.
A família, orientada pela médica plantonista da UTI Pediátrica da Unidade, procurou a Cihdott/OPO e manifestou o desejo da doação e logo foi a encaminhada a realização da entrevista para doação, cumprindo os rigores legais exigidos. Os médicos da UTI Pediátrica deram abertura ao protocolo de morte encefálica e após cumprir todos os critérios de avaliação clínica foi o protocolo foi fechado, constatando a morte cerebral.
Segundo Karine Barbosa, psicóloga da Cihdott/OPO, o número de doações no HGVC tem aumentado e, nos últimos meses, houve um crescimento de quase 93% nas doações em todo o Estado da Bahia. "O que mais preconizamos é que as pessoas digam aos seus familiares sobre o desejo de doar. É preciso desmistificar muitas restrições em torno da doação. O HGVC tem profissionais capacitados para tirar todas as dúvidas de qualquer pessoa da comunidade que queira orientação", explicou a psicóloga.
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