terça-feira, 24 de abril de 2012

Acolhimento mostra realidade do atendimento no HGVC

O Hospital Geral de Vitória da Conquista reativou em setembro de 2011, o Acolhimento com Classificação de Risco, procedimento por meio do qual o atendimento é realizado conforme a gravidade de cada caso, identificando o usuário pelas cores azul: ambulatório, verde: urgência relativa, amarelo: urgência maior e, vermelho: emergência.

Esta categorização, que segue critérios clínicos de avaliação, ao longo de 7 meses, revelou que, em média, 60% da demanda espontânea do HGVC é ambulatorial, em cores azul e verde, número expressivo de atendimento não referenciado para o HGVC, que é uma unidade de urgência e emergência, e que por este motivo vive uma realidade diária de superlotação.

Segundo Milena Andrade, assessora técnica da diretoria geral, a Classificação de Risco é uma ferramenta de acolhimento para organização do acesso de forma humanizada. "No entanto, a maioria dos usuários do SUS busca atendimento no Pronto Socorro do HGVC, sem a necessidade de atendimento urgente ou emergente, aumentando a demanda, e consequentemente, o tempo de espera aos pacientes ambulatoriais", analisa a assessora.

O levantamento também revelou que os atendimentos para os quais o HGVC é realmente destinado, como hospital de média e alta complexidade, é de 40%. Os casos de urgência maior, por exemplo, de cor amarela, foi em média, 31.4%. Já o usuário que entra como caso de emergência, cor vermelha, corresponde a apenas 4% do atendimento, exceto os pacientes conduzidos pelo SAMU 192, que não passam pelo acolhimento.

A estratégia de organização da demanda, informa Milena, é uma das metas prioritárias do HGVC para humanizar a atenção prestada ao usuário do SUS com qualidade, equidade, compromisso e agilidade no acesso ao cuidado de saúde. "Estes números são de extrema importância para que possamos dialogar com as partes institucionais envolvidas na qualidade da saúde em toda região, para que o HGVC possa oferecer serviço de qualidade, com a colaboração de todos", disse Milena.

Superlotação

Na avaliação do diretor geral Gerardo Junior, o HGVC é uma unidade que vive uma realidade de superlotação e de uma grande complexidade a ser considerada, que envolve a transferência de pacientes sem regulação; pacientes ambulatoriais que não procuram a saúde básica; o alto índice de acidentes com moto; o atendimento a pacientes de municípios não pactuados, inclusive do norte de Minas Gerais; o envio de pacientes de outros hospitais locais, indiscriminadamente, além de outras questões a serem superados.

"O HGVC vem buscando a melhoria dos seus serviços, mas temos que pensar no sistema, na rede que envolve toda a saúde regional, para que efetivamente possamos melhorar a cada dia as condições de atendimento que tem avançado muito com as ações do governo do Estado", analisou Junior, dizendo que a direção do HGVC vem promovendo um diálogo aberto com os municípios pactuados e Secretaria de Saúde do município na busca de ações para diminuir a superlotação.

Gerardo Junior lembra que a unidade é constituída por uma equipe multidisciplinar, composta por médicos, profissionais da equipe de enfermagem, nutricionistas, fisioterapeuta (atendendo somente às necessidades da Unidade de Pacientes Críticos - UPC), assistente social, conta também com apoio matricial e assistencial de outros profissionais, que apesar de não pertencerem à emergência, proporcionam uma assistência de qualidade aos usuários aqui assistidos, a exemplo do Internamento Domiciliar - ID, Grupo de Feridas, Laboratório, higienização, vigilância epidemiológica, CCIH, Cihdott, farmácia, coordenação administrativa, NEP, entre demais colaboradores.

"Pretendemos que todos estes serviços funcionem com maior qualidade, lembrando que todos têm sido importantes na recuperação de muitas pessoas, e com potencial para avançarmos ainda mais", concluiu Gerardo Junior.

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