A partir do próximo ano, a vacina contra pneumococo será incluída no calendário básico de vacinação do Ministério da Saúde, que também estuda a possibilidade de vacinar, a partir de 2011, crianças menores de um ano contra a meningite. O anúncio foi feito pela coordenadora geral do Programa Nacional de Imunizações (PNI), Maria Arindelita de Arruda, durante a abertura, na manhã de hoje (9), no Fiesta Bahia Hotel, do "Encontro com o Programa Nacional de Imunizações: mobilizando por altas e homogêneas coberturas". A coordenadora geral do PNI disse que o controle da meningite não é feito apenas com a vacinação, e que "somente a inclusão da vacina no calendário da criança não vai controlar os casos de meningite que vem sendo registrados, inclusive na Bahia".
O Encontro com o PNI, iniciativa da Secretaria da Saúde do Estado, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Salvador, reúne técnicos dos programas nacional, estadual e municipais de imunização, secretários municipais de Saúde, vacinadores de Salvador e região metropolitana, técnicos da atenção básica e da vigilância epidemiológica e enfermeiros de Saúde da Família. Durante a instalação do evento, o secretário estadual da Saúde, Jorge Solla, falou sobre a importância do PNI, lembrando que, até o final dos anos 80, as coberturas vacinais alcançadas estavam em torno de 45%, e "hoje temos um PNI forte, que não só obteve a erradicação da poliomielite, como conseguiu outros resultados fantásticos, como o controle do sarampo, do tétano neonatal e da rubéola, entre outras doenças imunopreveníveis".
A solenidade de instalação do encontro incluiu também a entrega simbólica, pelo secretário Jorge Solla, de 30 veículos (caminhonetes tipo S 10) para 20 Diretorias Regionais de Saúde (Dires), representadas, na oportunidade, pelos diretores das 20ª e 21ª Dires, respectivamente Vitória da Conquista, Marilene Ferraz e Irecê, Jair Ferreira, e para a Superintendência de Vigilância e Proteção da Saúde (Suvisa), e o lançamento oficial da segunda etapa da Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite, que acontece no próximo dia 19. Os gêmeos Hugo e Sofia de Jesus, de 3 anos, receberam as "gotinhas" da vacina contra a pólio.
MANTER A ERRADICAÇÃO
Para a enfermeira Fátima Guirra, coordenadora do Programa Estadual de Imunização, é preciso que a população esteja atenta para a importância do PNI, que, entre as metas atuais, pretende manter a erradicação da poliomielite e alcançar a eliminação do sarampo, da rubéola e da Síndrome da Rubéola Congênita (SRC). "A população deve conhecer e acompanhar o calendário vacinal, não só para as crianças, mas para toda a família", advertiu Fátima Guirra, acrescentando que, na Bahia, desde 1973, o programa tem toda a infra-estrutura necessária, incluindo a rede de frios, a vigilância epidemiológica necessária e a gestão, viabilizada através de parceria com os municípios.
A coordenadora geral do PNI revelou que atualmente o calendário vacinal consta de 26 vacinas, muitas importadas, e que para a inclusão de novas vacinas é fundamental que sejam observados vários critérios, a exemplo da efetividade do imunobiológico, o custo/benefício, os estudos epidemiológicos e os riscos. Segundo Maria Arindelita, o PNI é um dos instrumentos de maior impacto do SUS (Sistema Único de Saúde), tendo em vista que "as doenças transmissíveis afetam toda a população, mas principalmente as camadas mais pobres".
Solla destacou os resultados positivos que a Bahia vem obtendo nas campanhas de vacinação e lembrou que em janeiro de 2007, ao assumir a Secretaria da Saúde do Estado, encontrou uma epidemia de sarampo, e, apesar das dificuldades de início de governo, "conseguimos fazer uma campanha, voltada para a população adulta, com prioridade para os homens, e em 40 dias vacinar o dobro da população vacinada no ano anterior (2006)".
O Encontro com o PNI abordou questões como os desafios e perspectivas do Programa Nacional de Imunizações, vacinação segura - valorizando e desmistificando eventos adversos associados à vacinação, a importância do calendário vacinal - criança, adolescente e adulto/idoso e estratégias diferenciadas para grupos e situações diferenciados e a eliminação da rubéola e da Síndrome da Rubéola Congênita (SRC) nas Américas.
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