sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Internação Domiciliar: como funciona?

Por Laís Vinhas -www.vitoriadaconquista.com.br

A Internação Domiciliar (ID) tem sido desenvolvida na cidade pelo Hospital Geral de Vitória da Conquista (HGVC) desde 2008. De lá para cá, 345 pacientes já se beneficiaram com o atendimento. Em 2011 já foram 84 pacientes. Atualmente, a ID está atendendo a 56 pessoas.

O objetivo primordial da Internação Domiciliar é desospitalizar os pacientes internados no hospital e dar continuidade ao atendimento na casa dele. A coordenadora da ID no HGVC, Cristiane Novaes, explica: “o atendimento é só para aqueles pacientes que precisam continuar internados, mas têm condições de ir para casa, para ser atendido no seu ambiente familiar. Damos prioridade aos idosos, a partir de 60 anos. Além disso, o paciente tem que estar estável, sem necessitar de medicação venosa e ventilação mecânica; pacientes graves continuam internados no hospital”, fala.



Cristiane Novaes, coordenadora do ID. (Foto: Zé Silva)


O paciente que participa da ID precisa estar estável porque grande parte do atendimento em casa é feito pela própria família. A equipe do hospital exige que cada paciente tenha um cuidador, que é uma pessoa capaz de tomar a responsabilidade em relação aos cuidados com ele.

A equipe da ID do HGVC é dividida em duas: uma, que é a básica, composta por um médico, uma enfermeira, dois técnicos de enfermagem e um motorista; outra, que é a matricial, com um fisioterapeuta, um nutricionista e uma assistente social.




Carro da ID saindo do HGVC para atendimento. Foto: Zé Silva



O número de visitas que a equipe realiza varia de acordo com a necessidade de cada interno. “Visitamos todos pelo menos uma vez por semana. Tem paciente que precisa ser atendido três vezes na semana, tem famílias que fazem todo o trabalho porque já estão bem treinadas, depende muito. No total, o internamento dura 30 dias, mas tem pacientes crônicos, que dura bem mais que isso”, explica Cristiane.


Os benefícios desse tipo de atendimento, segundo Cristiane, são imensos. Todo mundo sabe que acompanhar um familiar no hospital não é fácil, muitas vezes chega a ser desconfortável. Sobre isso, Cristiane afirma: ”além de desocuparmos leitos no hospital para outros pacientes, diminuímos o risco de infecção hospitalar para o paciente que vai para a ID, sem contar a redução de ansiedade e estresse. O descanso e comodidade de casa são fatores fundamentais para a recuperação dos pacientes”, fala.

“Quando dissemos ao paciente e à família que ele pode entrar no programa da ID, em alguns casos há resistência devido ao medo de estar longe da equipe médica. Mas quando chegam em casa, sentem como se tivessem tido alta. Os nossos resultados aqui no HGVC são muitos positivos”, completa Cristiane.

Ela ainda diz que depois que o paciente passa pela ID e quando chega a hora do médico dar alta, muitos já entraram com processo na justiça, para permanecer com o atendimento: “o governo fornece além do atendimento todos os insumos como fraldas, medicações, colchões. Tudo o que o paciente iria usar no hospital, temos o dever de fornecer no período em que estiver na ID”, completa a coordenadora.

Conheça Dona Carmelita, uma paciente da ID
Equipe da ID e a cuidadora Carmen, na casa da paciente Dona Carmelita.

Foto: Zé Silva


O Site da Cidade acompanhou uma visita da equipe da ID do HGVC na manhã desta quinta-feira (11) à casa de Dona Carmelita da Silva, para conhecer como o trabalho é feito na prática e conversar com a família da paciente sobre o programa.

Cristiane prestando atendimento domiciliar a Dona Carmelita. Foto: Zé Silva


Dona Carmelita tem 85 anos, já está há 45 dias na Internação Domiciliar, depois de ter tido insuficiência renal e três AVCs isquêmicos. Sua filha e cuidadora, Carmem Moreira, nos recebeu e conversou um pouco: “o atendimento da equipe da ID é maravilhoso. A situação da minha mãe era muito grave. Depois que tudo melhorou, o médico disse que ela poderia vir para casa. Hoje, mesmo depois de ter perdido muito peso, e estando com uma escara sacral, que eu mesma estou cuidando, ela está lúcida e se recuperando muito bem”, conta Carmem.

Segundo ela, o atendimento tem dado muito certo: “toda vez que ligo pro hospital precisando de alguma orientação, eles me atendem, nunca nos faltou nada, pelo contrário, recebemos muito carinho da equipe”, fala. Para Carmem esse é um método sábio: “quando estamos no hospital, não podemos nem descansar direito. Acabamos absorvendo o sofrimento de outras famílias. Em casa é ótimo, minha mãe teve uma melhora assustadora, já consegue se sentar, se equilibrar”.

Faz 45 dias que Dona Carmelita já está na ID. (Foto: Zé Silva)


Para a família de Dona Carmelita a palavra “medo” não permeou a escolha de colocá-la na ID. Carmem comenta que das duas vezes que a mãe passou mal em casa, o atendimento foi imediato. Carmem conta que a mãe sempre se sente contente por ter saído do hospital: “ela sempre fala, ‘que bom, estou na minha cama, na minha casa’”. O amor e carinho da família é, na verdade, o melhor remédio.

6 comentários:

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  2. Serviço perfeito que garante efetividade ao tratamento e comodidade para paciente e família.Apenas quem tem familiares nessa condição entende a dimensão do benefício.

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  3. sou estudante de enfermagem 8 semestre e tive a opotunidade de estagiar ai na emergencia do hgvc e conhecer de perto esse trabalho maravilhoso a equipe está de parabens

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  4. O programa Internação Domiciliar é um grande destaque no hsp HGVC, ótimos profissionais que estão de parabéns,

    Ex paciente

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  5. Na teoria a proposta é muito Boa, mais na prática funciona precariamente.

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  6. Na teoria a proposta é muito Boa, mais na prática funciona precariamente.

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