Os avanços, as conquistas e as dificuldades enfrentadas no primeiro ano de funcionamento de um projeto pioneiro na rede pública de saúde da Bahia foram apresentados no Seminário de Avaliação do Programa de Internação Domiciliar (ID), realizado na tarde de ontem (3), no Fiesta Bahia Hotel, numa iniciativa da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), por meio da Superintendência de Atenção Integral à Saúde (SAIS). Na abertura do evento, representando o secretário da Saúde do Estado, Jorge Solla, o superintendente da SAIS, Alfredo Boa Sorte, falou sobre a importância da ID e a necessidade de se potencializar todos os benefícios do programa, sobretudo no que refere à desocupação de leitos nas unidades hospitalares para atender pacientes que necessitam de internação.
"Os hospitais da rede estadual, em geral, registram taxa de ocupação superior a 100%. Com a internação domiciliar, torna-se possível a desospitalização precoce de pacientes e a consequente desocupação de leitos hospitalares para atender pacientes mais graves", revelou Boa Sorte, acrescentando que a ID também promove a humanização do atendimento e evita a infecção hospitalar. A diretora de Atenção Especializada da Sesab, Ledívia Espinheira, lembrou que a implantação da ID na Bahia foi e continua sendo um "grande desafio", por se tratar de uma experiência nova no serviço público.
Pioneiro na Bahia e único no país com gestão estadual, o Programa de Internação Domiciliar presta assistência a pacientes que precisam de cuidados especializados, que podem ser realizados em casa, por equipe de saúde destinada e treinada para este fim, cuidados por familiares orientados e monitorados pelos profissionais da equipe. Atualmente o programa tem 24 equipes em atividade, distribuídas em 11 hospitais, nos municípios de Salvador, Lauro de Freitas, Barreiras, Jequié, Vitória da Conquista e Ilhéus. Ainda esse ano, Juazeiro e Alagoinhas devem ser contemplados com o programa.
Números e conquistas
"Internação Domiciliar - um ano de história" foi o tema apresentado ontem, durante o seminário, pela coordenadora de Atenção Hospitalar da Sesab, Dulce Mary Lima. Segundo a coordenadora, apesar das dificuldades enfrentadas, "devemos celebrar os resultados positivos que conseguimos conquistar até agora". Dulce Mary contou que no primeiro ano de funcionamento - entre outubro do ano passado e outubro de 2009 - foram 891 pacientes atendidos pelo programa, e no mesmo período, os profissionais da ID avaliaram mais de 2.000 pacientes internados em unidades hospitalares, a fim de verificar se o perfil se adequava para acompanhamento em domicílio, sem descontinuidade da assistência necessária.
A coordenadora de Atenção Hospitalar revelou ainda que até o último dia 2, quarta-feira, 178 pacientes estavam em internação domiciliar, o que correspondente ao número de leitos de um hospital de grande porte, e ressaltou que até agora, não houve registro de infecção hospitalar em pacientes, enquanto acompanhados pela ID. Pacientes com feridas, decorrentes principalmente de queimaduras, úlcera de pressão e pós-operatória, e com seqüelas neurológicas respondem pelo maior número de atendimentos na ID, que atualmente conta com 170 profissionais, entre médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, assistentes sociais, fisioterapeutas, nutricionistas e pessoal de apoio.
Fortalecer o Programa de Internação Domiciliar, com a finalidade de ampliar o acesso a um número maior de pacientes, possibilitando uma maior rotatividade dos leitos hospitalares da rede estadual. Essa foi uma das metas apontadas por Dulce Mary, que também anunciou para breve a implantação do programa no município de Guanambi e, para o final de 2010, a implantação de pelo menos uma ID em cada macrorregião.
A aquisição de ambulância exclusiva para a ID em Salvador e Região Metropolitana, a implantação da assistência programada nos finais de semana e capacitações para os profissionais do programa, inclusive em tratamento de feridas, dengue e urgências, foram alguns avanços mencionados por Dulce Mary, que destacou a garantia do acesso de pacientes internados em ID nos hospitais de referência, quando necessário, como um dos desafios do programa.
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