A estranheza diante de um novo tipo de vírus é normal por parte da população, mas é a primeira vez que o mundo conseguiu monitorar uma doença desde o início e não há motivos para pânico, uma vez que não há circulação do vírus (causador da influenza A, o H1N1) no Brasil e o grau de letalidade (mortalidade) deste vírus tem se revelado menor do que se imaginava. A observação foi feita hoje (quarta, 13) pelo secretário da Saúde do estado, Jorge Solla, na reunião extraordinária do Conselho Estadual de Saúde em que foi apresentado o Plano de preparação para enfrentamento da pandemia da Influenza no estado da Bahia.
"Como qualquer coisa nova que surge, há muitas interrogações também a respeito do vírus causador dessa influenza. Pensava-se, por exemplo, que a letalidade e a transmissibilidade do vírus eram maior do que tem-se revelado. Agora, nós estamos socializando, com todos os conselheiros, o Plano e o desenvolvimento das ações que o Plano estabelece", informou o secretário. A exposição foi conduzida pela superintendente de Vigilância e Proteção da Saúde da Sesab, Lorene Pinto, que comentou as principais estratégias e componentes do Plano, formatado em 2007 para enfrentamento da pandemia de gripe aviária e adequado ao enfrentamento da nova pandemia de influenza, a gripe A (H1N1).
Ela destacou que, como se trata da primeira onda de circulação desse vírus, ainda estão sendo estudados, em nível mundial, dados como o componente da doença, formas de transmissão e de infecção. Os sintomas (febre acima de 38 graus e tosse, podendo ocorrer dor de garganta e nas articulações) surgem entre o 3º e 7º dia da exposição ao vírus e começam com um quadro infeccioso comum a várias outras doenças. A globalização, segundo Lorene, é um dos fatores que mais contribuem para a propagação de vírus como esse. Já o secretário Jorge Solla lembrou que, no caso da gripe aviária, os casos originários se deram na Ásia, enquanto que, desta vez, se deram no México e Estados Unidos - portanto, muito mais próximo do Brasil.
Objetivos e estratégias
O principal objetivo do Plano é reduzir os efeitos de uma possível disseminação de uma cepa pandêmica (atual H1N1) na Bahia e suas repercussões na morbimortalidade, na economia e no funcionamento dos serviços essenciais; reduzir a morbidade, principalmente das formas graves da doença, e a mortalidade por influenza; fortalecer a infraestrutura estadual para enfrentamento de situações de emergência epidemiológica: vigilância epidemiológica, diagnóstico laboratorial, assistência, vacinação e comunicação; identificar grupos prioritários para quimioprofilaxia e vacinação, de acordo com distintos níveis de progressão da pandemia e da disponibilidade de drogas e vacinas; e contribuir com esforços contra a disseminação no Brasil desenvolvendo mecanismos de cooperação e articulação técnica na área da Vigilância e Atenção à Saúde.
Para conseguir esse objetivo, foram traçadas as seguintes estratégias: fortalecer as ações de vigilância em saúde desenvolvidas pelas Secretarias Municipais de Saúde; integrar as ações de vigilância em saúde e vigilância animal no estado e capital, desenvolvendo mecanismos efetivos de cooperação e articulação técnica entre as vigilâncias; ampliar o número de serviços/unidades sentinelas; desenvolver estratégias de comunicação e informação; desenvolver os mecanismos jurídicos e político-gerenciais necessários para apoiar o processo de tomada de decisão em situação de emergência epidemiológica; desenvolver mecanismos de cooperação estadual e nacional; implementar mecanismos de articulação intra e intersetorial.
A estrutura do plano envolve as Vigilâncias epidemiológica, sanitária, laboratorial, animal, de sáude do trabalhador, sanitária de portos, aeroportos, fronteiras e recintos alfandegários; atenção e cuidado aos casos (assistência); informação e comunicação. A Coordenação Estadual de Vigilância em Emergência em Saúde Pública (Cevesp), criada em 2007, desencadeia o processo de toda investigação de emergências de saúde pública, inclusive a recente gripe pelo vírus H1N1, seguindo os seguintes passos: determinar a existência do evento, confirmar diagnóstico, implementar medidas de controle imediatas, desenvolver definição, identificar número de casos, analisar dados de tempo, lugar e pessoa, gerar e testar hipótese, além da tomada de decisão sobre as emergências para implementar e adotar medidas de prevenção e controle.
A Bahia, como deixaram claro o secretário Jorge Solla e a superintendente de Vigilância e Proteção da Saúde, encontra-se preparada para enfrentar possíveis casos de gripe A (H1N1). Em 2007, o Plano de Enfrentamento foi testado em simulado feito pelo Ministério da Saúde, sendo plenamente aprovado e elogiado. O teste foi feito em junho daquele ano, quando um ator, fazendo-se passar por empresário do setor de criação de aves vindo da China simulou sintomas da gripe (aviária) e todo o esquema de controle no aeroporto, remoção e internação (no hospital de referência para doenças respiratórias, o Octávio Mangabeira) foi acionado com sucesso.
fonte: www.saude.ba.gov.br
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