quinta-feira, 28 de maio de 2009

Vitória da Conquista tem Centro de Referência em Cirurgias Reparadoras das Anomalias Faciais

O Hospital Municipal Esaú Matos realiza este tipo de cirurgia desde outubro de 2008

Até o mês de outubro, os pacientes com estes problemas eram encaminhados para Salvador ou interior paulista, o que dificultava o tratamento destas anomalias. O Centro tem como responsável Dr. Carlos Elias de Freitas, especialista em cirurgia e traumatologia buco-maxilo-facial (CTBMF) pela Universidade do Texas (EUA) e pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

O tratamento destas anomalias varia de acordo com a gravidade e tipo. Alguns casos são tratados com apenas uma cirurgia, já outras anomalias necessitam de duas, três e até quatro cirurgias ao longo da vida. Além da intervenção cirúrgica, os pacientes passam por atendimento odontológico especializado, tratamento fonoaudiológico e, a depender do caso, fisioterapia motora.

Segundo o especialista, a vantagem do tratamento no Centro é que o paciente não fica apenas na intervenção cirúrgica, ele é acompanhado por uma equipe que auxilia em sua total recuperação. “O que acontece com estas anomalias é que muitas vezes a preocupação é mais estética do que funcional e, em alguns casos, as crianças podem ter problemas neurológicos e de fala, entre outros”.

Em oito meses de funcionamento, o Centro vem facilitando o acesso da população local e regional a este tratamento, onde já foram realizadas 10 cirurgias de fissuras de lábio e palato (lábio leporino) e uma cirurgia para correção da mandíbula inferior pequena (micrognatia).

História com final feliz: A história de D. Sirlene Silva Porto, mãe de João Paulo Porto (12 meses) –submetido a cirurgia para correção do lábio leporino com 11 meses, no dia 27 de março de 2009 – não é diferente das histórias das outras famílias que convivem com este problema, que sofrem com o constrangimento e a falta de informação. D. Sirlene já estava pensando em ir buscar atendimento em Salvador quando recebeu a orientação no CEMAE para procurar o ambulatório do Hospital Municipal Esaú Matos, para onde seu filho foi encaminhado. “Quando ele nasceu foi um choque: eu pensava que não ia ter jeito, mas a pediatra do Esaú me tranqüilizou, informando que existia cirurgia para esse caso. Eu fiquei muito triste; às vezes, quando a gente saia na rua, chamava muita atenção; hoje em dia, graças a Deus, as pessoas admiram ele, outros nem notam que ele fez cirurgia, pelo fato de ter ficado muito perfeita”.

Primeira cirurgia: Em outubro de 2008, uma criança recém-nascida foi internada em caráter de emergência na UTI Neo-natal do Hospital Esaú Matos com grave problema respiratório, devido a obstruções freqüentes das vias aéreas. A criança apresentava precárias condições de saúde. Permaneceu entubada durante longo período, com a esperança de que após a extubação houvesse uma melhora espontânea dos problemas respiratórios, a que não ocorreu.

Uma ação conjunta entre o Serviço de Neonatologia e o Centro de Referência em Cirurgias Reparadoras das Anomalias Buco-Maxilo-Faciais do Hospital Esaú Matos possibilitou um condicionamento clínico mínimo, e, mesmo a criança estando com o peso muito abaixo do ideal para uma cirurgia deste porte, foi possível submetê-la ao procedimento sem problemas.

Sobre as anomalias: as anomalias morfo-funcionais congênitas maxilo-faciais, além de afetar o comportamento e o estado psicológico da família e futuramente do próprio paciente, provoca grandes prejuízos à saúde e à qualidade de vida. Frequentemente tais deformidades, quando não corretamente manejadas, seja clínica ou cirurgicamente, dificultam a alimentação via oral, levando a demora no ganho de peso e desenvolvimento da criança. Graves problemas respiratórios podem ser desenvolvidos associados a estas anomalias quando não tratadas. A integração social, quer seja pelo aspecto estético alterado, quer seja pelas alterações fono-articulatórias, pode ser extremamente prejudicada quando o tratamento não é aplicado no tempo correto e de forma multi e interdisciplinar.

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