sexta-feira, 29 de maio de 2009

Brasil realiza mapeamento do vírus da pólio

Prazo para laboratórios enviarem informações ao Ministério da Saúde pelo Inquérito Eletrônico termina neste sábado. O trabalho vai integrar levantamento da OMS

Neste sábado, 30 de maio, termina o prazo para os laboratórios públicos e privados de todo o país enviarem informações ao Ministério da Saúde sobre as amostras do vírus da pólio armazenadas em território nacional. Essas informações serão utilizadas no levantamento nacional de laboratórios que o Ministério da Saúde realiza por meio da Coordenação Geral de Laboratórios de Saúde Pública – CGLAB visando atender um requisito estabelecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para que os países obtenham a Certificação Internacional de Erradicação do Poliovírus.

O levantamento é importante porque, uma vez eliminada a poliomielite nas demais regiões do mundo, as únicas fontes do poliovírus serão os laboratórios públicos e privados de pesquisa, de diagnóstico clínico, de ensino, ambientais, ligados a agricultura e de produção de vacinas. E o Brasil é um dos poucos países que, embora tenha erradicado a circulação do vírus em 1991, ainda possui amostras em seus laboratórios. O relatório brasileiro será apresentado em julho na reunião do Comitê Internacional da OMS.

INQUÉRITO – O Inquérito Nacional em Laboratórios foi dividido em duas etapas. A primeira fase contou com o envio de um instrumento de avaliação impresso para os Laboratórios localizados nas capitais dos 26 Estados e Distrito Federal. Além de um conteúdo informativo, os questionários continham inquérito de cunho investigativo, com o objetivo de localizar os laboratórios que se enquadram nos critérios deste levantamento.

Os dados obtidos na primeira etapa apresentam respostas de 289 laboratórios de 178 instituições diferentes inscritas no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde, tomado como referência para realizar a avaliação. Dos 289 laboratórios pesquisados, somente sete armazenam ou manipulam materiais relativos ao poliovírus.

A segunda fase, que teve início em fevereiro de 2009, pretende alcançar a participação de 100% dos laboratórios brasileiros por meio de inquérito em modelo eletrônico, hospedado no portal do Ministério da Saúde (www.saude.gov.br/inquerito). Todos os laboratórios devem enviar as informações até sábado.

HISTÓRICO – O intuito do levantamento, dentre as etapas iniciadas em 1999 com a primeira edição do Plano de Ação Mundial para Contenção de Poliovírus Selvagens em Laboratório, é conhecer a capacidade laboratorial do país com identificação daqueles que possuem materiais infectados ou potencialmente infectantes para o poliovírus. Conseqüentemente, visa à prevenção da transmissão de poliovírus oriundos de laboratórios durante as fases de pré-erradicação mundial da poliomielite.

Os laboratórios com coleções de amostras fecais, ambientais e de secreção da orofaringe devem avaliar a probabilidade de esses materiais estarem contaminados por poliovírus selvagens. Também são materiais potencialmente infectantes as cepas de enterovírus não-caracterizado, cepas de poliovírus indiferenciado provenientes desses materiais, e amostras de fezes congeladas coletadas durante os períodos de endemicidade, que nas Américas é anterior a 1994.

VACINAÇÃO – O uso de vacinas para a eliminação ou erradicação de doenças tem no Brasil um comprovado exemplo de êxito no mundo. Desde o início da década de 1970, o país eliminou a varíola (1973) e a poliomielite (1994). Essas duas doenças atingiam milhares de crianças no Brasil e foram vencidas com a aplicação de doses da vacina. Para a poliomielite, o Brasil foi pioneiro na adoção dessa estratégia.

Hoje todas as crianças menores de cinco anos de idade devem ser vacinadas conforme esquema de vacinação de rotina e nas campanhas nacionais anuais, garantindo que nenhum caso da doença tenha sido registrado nos últimos 15 an

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