segunda-feira, 25 de maio de 2009

Osteoporose: pesquisa pioneira no país acompanhou pacientes que recebiam medicamento no CEDEBA

Os resultados de uma pesquisa inédita, realizada com portadores de osteoporose grave, serão divulgados na próxima quinta-feira, dia 28, às 9 horas, no Salão Dália do Fiesta Bahia Hotel, pelo geriatra Antônio Carlos Silva Santos Júnior. Na oportunidade, a Federação Nacional de Associações de Pacientes e de Combate à Osteoporose fará o lançamento oficial de uma campanha nacional de prevenção e combate da osteoporose e da primeira edição da revista "Equilíbrio - Para uma Vida Melhor", que traz como principal reportagem a pesquisa, com o título "Um exemplo que vem da Bahia".

A pesquisa, que mostrou a eficiência de um tratamento para pacientes com alto risco de fraturas, foi realizada sem patrocínio da indústria farmacêutica, por pesquisadores da Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz) e Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, sob a coordenação do geriatra Antônio Carlos Silva Santos Júnior. Os pesquisadores acompanharam pacientes em uso do medicamento Teriparatida, disponibilizado pela Secretaria da Saúde do Estado, através do Centro de Diabetes e Endocrinologia da Bahia (Cedeba).

A Bahia é um dos únicos estados brasileiros que fornece o medicamento utilizado pelos pacientes que participaram do estudo, sem a necessidade de processo judicial, o que possibilitou a realização do trabalho, já apresentado na Grécia, durante o 9º Congresso Europeu sobre Aspectos Clínicos e Econômicos da Osteoporose e Orteoartrose. À época em que foi realizada a pesquisa, o Cedeba era a única unidade da Sesab a fornecer o medicamento, atualmente também disponibilizado pelo Centro de Referência Estadual de Atenção à Saúde do Idoso (Creasi), para pacientes que preencham os critérios definidos no protocolo técnico para distribuição de medicamentos para tratamento da osteoporose. Através das duas unidades, o medicamento chega hoje para cerca de 300 pacientes.

INICIATIVA PIONEIRA DA SESAB

O secretário da Saúde do Estado, Jorge Solla, que durante o evento para divulgação dos resultados da pesquisa será representado pelo superintendente de Atenção Integral à Saúde da Sesab, Alfredo Boa Sorte, mostrou-se entusiasmado com os resultados da pesquisa e defendeu a ampliação dos debates sobre o trabalho e o estabelecimento de protocolo do Ministério da Saúde, para que como ocorre na Bahia, seja uma prática em todo o território nacional.

O farmacêutico Lindemberg Costa, diretor da Assistência Farmacêutica da Sesab, explica que o estado dispõe de um protocolo estadual para um medicamento que nem o próprio Ministério da Saúde disponibiliza, e garante que manter este procedimento foi uma das "grandes ações do Governo do Estado". Segundo o farmacêutico, a pesquisa mostrou que a Teripatida tem uma grande vantagem para determinados pacientes com osteoporose com alto risco de fraturas, que é uma coisa comum.

A pesquisa, que fez parte da tese de doutorado do geriatra baiano, acompanhou 37 pessoas que receberam a medicação durante um ano, estudando o efeito do hormônio da paratireóide na Densidade Mineral Óssea (DMO) de pacientes com osteoporose grave. O estudo mostrou a eficiência do tratamento: observou-se um ganho na média da Densidade Mineral Óssea na região da coluna lombar e colo do fêmur e não houve fratura em nenhum dos casos estudados.

CAMPANHA NACIONAL

A partir da divulgação da pesquisa, a FENPACO dará início a uma campanha nacional, buscando uma maior conscientização para o problema da osteoporose no país. A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia admite que não existem dados precisos sobre a incidência de osteoporose no Brasil, mas estima que 10 milhões de pessoas sofram com a doença, a grande maioria acima de 60 anos. A instituição prevê que a realidade brasileira é semelhante à norte-americana.

Conforme pesquisa divulgada no início de abril pelo Ministério da Saúde, o número de internações por fratura do fêmur, pelo Sistema Único de Saúde, aumentou 8% de 2005 a 2008. No ano passado, esse tipo de fratura foi responsável por 32.908 internações hospitalares pelo SUS, a um custo de R$ 58,6 milhões. Em 2005, foram 30.273 a um gasto de R$ 48,8 milhões.

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